21.9.11

O meu Girassol interno

A chuva secou, tudo estabilizou .. O cheiro a terra molhada permanece no ar mas desvanece no meu coração. O pior já passou.. Só preciso de mais um bocadinho de sol para ficar pura. Eu sou um girassol, dás-me luz e eu dou.te o meu brilho.
Os flash que me foste dando ao longo do tempo conseguiram encadear-me mas a fase escura da noite, foi a reconstrutora do meu poder.  Vou voltar a brilhar, com ou sem luz, e sabes porque? Porque tenho umas pernas firmes que não me deixam ir abaixo com tempestades. Descansada fico eu, até porque eu conheço-me e sei que sou um girassol fora de série.. Em mim existe vida e força de vontade, a quimiosíntese entre o bater do meu coração e o sangue que me corre nas veias, é suficientemente forte para aguentar outro temporal igual ao de que estou a recuperar. Sempre ouvi dizer que o que não nos mata torna-nos mais fortes, posso ter passado a luta toda desarmada e de joelhos no chão, mas a mínima luz de liberdade fortaleceu-me e levantou-me. Estou mais forte. Quem sabe que para a próxima, mesmo que eu esteja desarmada, vou-te ensinar a perder ...
Esta minha cara simpática, as minha pétalas reluzentes e esta raiz bem constituída de lições de vida, já não me vão deixar mal *

5.9.11

Pés limpos de Terra


Andar descalça, tomei-lhe o gosto.
Não precisamos de olhar para o céu para sonhar, podemos olhar para os nossos pés cheios de terra e pura e simplesmente deixar-nos levar.
Eu olho, e tenho a imagem de pés encalejados dos hippies e dos rastafaris nas terras dos acampamentos.
Fogueiras com chamas da altura de um prédio de dois andares, uma roda humana ao som de 200 jambés ao mesmo tempo. Rodas humanas civilizadamente sentadas à espera da refeiçao diaria, que não vai muito para além de arroz com arroz, massa com massa ... Fumadores frequentes incapazes de deixar a beata apagar-se no chão. Mistura de línguas e natividades acompanhadas de chás aconchegantes nas noites ventosas e frias. Banhos colectivos nos rios e riachos mais proximos, desprovidos de shampôos e géis de banho, só as ervas e folhas encarregam-se de lavar os corpos e de deixar o seu bom cheiro natural. Pouca roupa por cima da pele, para não pesar na bagagem, uma tenda arrumada e um "Adeus até para o ano, se nos voltarmos a ver" 

Este é um cenário que adoraria viver, mas até lá o que me conforta é saber que o posso encontrar no proximo encontro mundial de hippies e rastamans *